Sob surto de H1N1, Amazonas quer antecipar campanha de vacinação contra a gripe

Camila Bonfim
São Paulo - Vacinação dos profissionais de saúde contra H1N1 no Hospital das Clínicas (Rovena Rosa/Agência Brasil)

O Amazonas está vivendo um surto de H1N1, a Influenza A. O alerta foi dado pelos órgãos de saúde do Estado após o registro de 149 casos em Manaus e no interior, com quatro mortes confirmadas, sendo duas em Manaus, uma em Manacapuru e uma em Parintins. Diante desse cenário, os governos municipal e estadual se uniram para implantar o Comitê Estadual para Enfrentamento e H1N1.

A principal ação é solicitar ao Ministério da Saúde (MS) a antecipação da Campanha Nacional Contra a Gripe para o início do mês de março e não em abril, como estava previsto.

“Estamos em negociação para antecipar essa campanha para o Amazonas por conta desse surto. O objetivo é alcançar mais que 90% da população [bem acima das pessoas vacinadas ano passado, que foi de 87,2%]. A prioridade serão as pessoas em grupo de risco, que são bebês, idosos, grávidas, mulheres até 45 anos em resguardo, pessoas com doenças crônicas, trabalhadores da saúde, da educação e do sistema prisional, detentos de unidades prisionais e indígenas’’, disse a diretora-presidente da Fundação de Vigilância em Saúde do Amazonas (FVS-AM), Rosemary Costa.

O titular da Secretaria Municipal de Saúde (Semsa), Marcelo Magaldi, destacou que entre as ações da prefeitura para conter o surto de H1N1 está a disponibilização de 10 mil doses do medicamento antiviral Tamiflu em 23 unidades básicas de saúde, de todas as zonas da capital, que só deve ser usado mediante uma avaliação clínica.

Sintomas do vírus

Os sintomas do vírus Influenza A são muito parecidos com o da gripe comum, pois é caracterizada por febre alta, dores musculares, dor de cabeça, dor de garganta e coriza, sendo que os sintomas podem evoluir para falta de ar.

“Conter esse surto será um grande desafio para nós. É importante que as pessoas procurem as UBS imediatamente ao apresentarem esses sintomas, pois quanto mais cedo o diagnóstico mais eficaz o tratamento. Haverá um fortalecimento do atendimento das unidades de saúde, inclusive ampliar o horário de atendimento, com o objetivo de assegurar que as ações de monitoramento, diagnóstico e tratamento sejam realizados o mais rápido possível para evitar agravamentos e reduzir as chances de transmissão entre a população’’, disse.

O titular da Secretaria de Estado de Saúde (Susam), Carlos Almeida, reforçou que todos os órgãos de saúde, do município e do Estado estão em vigilância para dar assistência àquelas pessoas que se encontram com os sintomas para que recebam o tratamento adequado imediatamente.

“Estamos vivendo o período chuvoso, quando há maior ocorrência de casos de síndrome respiratória aguda grave, em especial o H1N1, e o vírus sincicial respiratório. As pessoas que fazem parte do grupo de risco, principalmente aquelas que não se vacinaram ano passado, precisam estar atentas’’, reforçou ele, frisando que as mortes registradas no Amazonas ocorreram principalmente porque os pacientes demoraram a procurar a unidade de saúde e começaram o tratamento tardiamente. Até porque a medicação contra o H1N1 tem maior eficiência quando ministrada nas primeiras 48 horas de apresentação dos sintomas.

Como se prevenir

O H1N1 é transmitido de pessoa a pessoa ao falar, tossir, espirrar e, principalmente, pelas mãos devido ao contato direto e também por superfícies e objetos. A principal medida de prevenção da doença é a vacinação, cuja campanha é realizada anualmente pelo Ministério da Saúde.

A higienização constante das mãos, com água e sabão e álcool em gel, são hábitos que devem ser reforçados nesse período. É recomendável também evitar lugares onde há muita concentração de pessoas, principalmente em ambientes fechados.

Fonte: Acrítica