Dólar sobe a R$ 3,70 após Banco Central manter juros e de olho no exterior

Camila Bonfim

O dólar voltou a subir após abrir esta quinta-feira (17) em queda, sucumbindo à cena externa, mesmo após o Banco Central ter decidido manter a taxa básica de juros em 6,5% ao ano, em meio à forte valorização da moeda.

Às 14h11, a moeda dos Estados Unidos avançava 0,57%, cotada a R$ 3,7001 na venda. Na máxima do dia até o momento, moeda chegou a bater R$ 3,7131. Veja mais cotações. O dólar turismo era vendido a R$ 3,86.

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Na véspera, o dólar subiu 0,47%, vendido a R$ 3,679, no quarto dia consecutivo de valorização e no maior patamar desde abril de 2016. Na máxima do dia, a moeda chegou a R$ 3,6955.

Manutenção da Selic

O Comitê de Política Monetária do Banco Central decidiu, também na véspera, interromper o ciclo de cortes na taxa básica de juros da economia, a Selic, mantendo-a em 6,5% ao ano. A decisão foi tomada por conta da escalada recente do dólar.

A valorização da moeda americana pode encarecer produtos e serviços importados consumidos no Brasil e pressionar a inflação. O Banco Central eleva ou reduz a Selic justamente para controlar a alta dos preços.

Variação do dólar em 2018:
Diferença entre o dólar turismo e o comercial, considerando valor de fechamento
Fonte: Valor PRO

“A decisão do BC foi acertada, mas o dólar está com a dinâmica das moedas lá fora”, comentou à Reuters o analista econômico da gestora Rio Gestão, Bernard Gonin.

Para Gonin, a manutenção da Selic pode não ser suficiente para segurar os recursos aplicados no Brasil diante da perspectiva de alta de juros mais firme este ano nos Estados Unidos.

Cenário exterior

No cenário internacional, o dólar subia ante uma cesta de moedas e também divisas de países emergentes, como o peso mexicano e a lira turca.

O rendimento do Treasury (título do Tesouro dos Estados Unidos) de 10 anos também subia e se mantinha acima do nível de 3% nesta sessão. Os investidores têm reforçado suas apostas de mais altas de juros no país este ano, depois de dados firmes sobre a economia norte-americana.

Taxas mais elevadas na maior economia do mundo têm o potencial de atrair recursos aplicados hoje em praças financeiras consideradas de maior risco, como o Brasil.

Fonte: G1