Remédios vencidos somam R$ 2 milhões, diz Wilson Lima

Camila Bonfim

O governador do Amazonas constatou situação crítica em uma visita à Central de Medicamentos do Amazonas (Cema) durante a semana

Em visita à Central de Medicamentos do Amazonas (Cema), o governador Wilson Lima constatou a situação crítica de fornecimento de itens básicos para a rede estadual de saúde. Além de 75% dos estoques zerados, o governador verificou a existência de remédios vencidos, que somam um prejuízo estimado em R$ 2 milhões. Na ocasião, Wilson Lima anunciou medidas para aquisição emergencial de medicamentos.

O governador visitou o depósito da Cema, na Zona Sul de Manaus, acompanhado do vice-governador e secretário de Saúde, Carlos Almeida Filho. Para suprir necessidades críticas, Wilson Lima anunciou a compra emergencial de 300 mil unidades de soro, para evitar que o Estado fique sem o insumo nos próximos cinco dias. A aquisição pode chegar ao montante de R$ 3 milhões porque o soro virá do Centro-Oeste do país.

“Não tem nenhum fornecedor no Amazonas que possa nos fornecer esse produto. Um produto que custa em média R$ 2,67 a unidade, nós vamos precisar trazer de Goiânia (GO) e vamos ter que pagar R$ 12 a unidade, porque ele vai vir de avião. Normalmente vem via terrestre ou fluvial, mas eu não posso colocar a vida das pessoas em risco”, enfatizou o governador.

Falta o básico

Durante a visita, Wilson Lima constatou que o estoque da Cema tem apenas 25% dos medicamentos necessários para atender a rede estadual de saúde, com o agravante de falta de itens básicos para os quais também será necessário fazer aquisições emergenciais.

“Só há 25% dos medicamentos que deveriam ter. Nós só temos insulina para os próximos 15 dias e temos uma dívida de cerca de R$ 850 mil com o fornecedor. Estamos negociando para que não falte insulina também. No fim do ano, centros cirúrgicos pararam porque não havia anestésico e tivemos que fazer uma compra emergencial. Eu não tinha ideia do tamanho da covardia que se praticou, ao longo de tantos anos, contra o povo do estado do Amazonas”, lamentou.

De acordo com o levantamento da Susam, há estoque significativo de medicamentos que estão fora do prazo de validade, que resultam em um prejuízo da ordem de R$ 2 milhões, valor que pode aumentar nos próximos dois meses.

“Em sessenta dias, teremos mais de 1,5 milhão de reais em produtos que estarão vencendo. Vamos encaminhar esse levantamento para os órgãos de controle, para que quem tomou ou deixou de tomar essas decisões seja responsabilizado”, enfatizou Wilson Lima.

Medidas

Ontem (11), o vice-governador e secretário estadual de saúde, Carlos Almeida Filho, afirmou que a primeira ação do governo para enfrentar o desabastecimento de medicamentos e produtos hospitalares, herdado da gestão anterior, será a adesão a atas de registro de preços que já se encontram em vigência.

A afirmação foi feita em entrevista no programa “Manhã de Notícias”, da rádio Tiradentes. O Governo do Amazonas também esclarece que a revogação de processos licitatórios no início da atual gestão não causou qualquer prejuízo à área da saúde.

“Alguns mecanismos podem ser realizados para enfrentar o desabastecimento. Existem atas de registro de preços que se encontram em vigência, então, a equipe já verificou a necessidade de adesão a essas atas”, afirmou.

Nas situações em que ainda não existem atas, a Susam realizará compras emergenciais, por meio de dispensa de licitação, informou o secretário. Carlos Almeida explicou que alguns medicamentos e produtos hospitalares são essenciais para o funcionamento das unidades, e precisam ser adquiridos imediatamente.

“Para suprimento das condições críticas que a saúde tem exigido, vão ser necessárias dispensas de licitação que vão ser comunicadas de imediato, não só a nossa Controladoria Geral do Estado, mas também aos demais órgãos de controle, por conta da necessidade de salvaguarda da administração pública”, explicou Carlos Almeida.

Fonte: EM TEMPO

Foto: Ione Moreno