Fapeam completa dez anos com recorde na formação de doutores no Amazonas

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A partir das ações do Sistema Público Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (CT&I), o Amazonas despontou como um dos Estados brasileiros que mais investiram na formação de pesquisadores doutores. Em dez anos de existência, a Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado do Amazonas (Fapeam) acumulou 799 bolsas de doutorado concedidas, uma evolução de mais de 2.937% se considerado o número de 2003, ano da sua criação, quando foram concedidas 26 bolsas. Em dez anos, a Fapeam já investiu mais de R$ 346 milhões na pesquisa e formação de capital intelectual no Amazonas.

Segundo os dados mais atualizados do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq), o número de doutores formados no Amazonas evoluiu de 372, em 2000, para 1.728 no ano de 2010, um aumento de 365%. Contribuiu para este salto o investimento do Governo do Amazonas na concessão de novas bolsas de doutorado. Em dez anos de existência da Fapeam, 217 pesquisadores bolsistas da Fundação concluíram doutorado. Outros 582 doutorandos apoiados pelo Governo do Estado estão com o curso em andamento. Os cursos têm duração média de quatro anos.

Também em dez anos de Fapeam, foram concedidas 1.871 bolsas de mestrado. Do total, 59% já foram concluídos, com a formação de 1.107 mestres. Outros 764 pesquisadores estão cursando o mestrado com apoio do Governo Estadual.

De acordo com a diretora-presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Amazonas, Maria Olívia Simão, para o desenvolvimento de um Estado, a partir da ciência e da inovação, não bastam laboratórios bem equipamentos e grande aporte de recursos. É imprescindível a formação de recursos humanos. “Dentro dessa trajetória de formação, o perfil mais importante é a pessoa com formação em doutorado. Porque em torno do doutor gira o movimento que faz a ciência acontecer. Para o sistema de CT&I ele é uma mola propulsora. Então ficamos alegres quando vemos esse indicador e ao mesmo tempo sabemos que precisaremos melhorar ainda mais para alcançar os índices de competitividade nacionais e internacionais”, destaca a diretora-presidente da Fapeam.

Na avaliação qualitativa dos pesquisadores doutores residentes no Amazonas com bolsa de produtividade PQ, considerado o nível mais alto, o crescimento acumulado é ainda maior e chega a 1.000%. “Significa que melhoramos não só em quantidade, mas também em qualidade. Essa categoria tem um ranking nacional no CNPq. Nós mudamos a inserção do nosso Estado no ranking”, comemora Maria Olívia.

Ainda segundo a diretora-presidente da Fapeam, os recursos executados pelo Governo do Estado foram decisivos na mudança desse cenário. Ano passado, foram investidos R$ 62.384.205,37, o maior recurso aportado em CT&I nos últimos nove anos. Somados, os recursos de 2003 a 2012, o montante chega a R$ 346.093.024,96. “Esse é um dos maiores legados que um Governo pode deixar. O governador Omar Aziz é um governante visionário que tem nos apoiado muito. Porque ele sabe que ele está fazendo hoje preparando o amanhã”, ressalta.

Para 2013, ano que a Fapeam comemora 10 anos de criação, o Governo Estadual pretende investir R$ 110,4 milhões, sendo R$ 40 milhões de contrapartida da União. A verba será aplicada na formação de capital humano, incluindo estudantes de ensino fundamental e médio, universitários, pesquisadores de mestrado, doutorado e pós-doutorado. Além de fomentar pesquisas básicas em todas as áreas do conhecimento, incentivo à inovação tecnológica no setor produtivo e para a inclusão social, como no caso das tecnologias assistivas criadas para atender as pessoas com deficiência beneficiadas pelo programa Viver Melhor, executado pela Secretaria de Atenção à Pessoa com Deficiência (Seped).

O recuso ainda apoiará o intercâmbio de pesquisadores, a infraestrutura da organização institucional das entidades de CT&I e na difusão da ciência e tecnologia.

Grupos de Pesquisa e Iniciação Científica – A criação de Grupos de Pesquisa também cresceu no Amazonas. Em 1995 eram 95 grupos e, no ano de 2010, esse índice saltou para 428 grupos de pesquisa, segundo dados do CNPq. O número representa crescimento de 351%. Parte desses grupos, 43 deles, está atuando nos municípios do interior do Estado. Itacoatiara, Coari, Benjamin Constant, Parintins, Humaitá, Tabatinga, Tefé, Parintins, São Gabriel da Cachoeira e Tefé já contam com grupos de pesquisa locais, que funcionam em instituições como a Universidade do Estado do Amazonas (UEA) e a Universidade Federal do Amazonas (Ufam).

O Governo do Estado incentiva a formação desses grupos através de vários editais, como o Programa de Apoio a Núcleos Emergentes de Pesquisa (Pronem) que apoia projetos de pesquisa científica, tecnológica e de inovação propostos por grupos de pesquisa emergentes, formados por pesquisadores com destaque na sua área de conhecimento e com experiência na coordenação de projetos. O objetivo é permitir a consolidação de linhas de pesquisa prioritárias para o Amazonas e induzir a formação de novos núcleos de excelência em pesquisa no estado.

Outra iniciativa prevê infraestrutura para jovens pesquisadores através do Programa Primeiros Projetos (PPP) que possibilita a aquisição, instalação, modernização, ampliação ou recuperação da infraestrutura de pesquisa científica e tecnológica nas instituições públicas e particulares, sem fins lucrativos, de ensino superior e/ou de pesquisa sediadas ou com unidades permanentes no Estado de Amazonas. Esse apoio é dado visando o suporte à fixação de jovens pesquisadores e nucleação de novos grupos, em quaisquer áreas do conhecimento.

Há ainda o Programa de Apoio à Pesquisa Universal Amazonas que financia atividades de pesquisa científica, tecnológica e de inovação, em todas as áreas de conhecimento, que representem contribuição significativa para o desenvolvimento do Estado do Amazonas.

O Biblos, programa de Apoio a Publicações Científicas, fomenta a publicação de livros, manuais, números especiais (temáticos) de revistas e coletâneas científicas; e o Programa de Apoio à Participação em Eventos Científicos e Tecnológicos (PAPE) disponibiliza passagens aéreas a pesquisadores e estudantes de graduação ou pós-graduação para apresentarem trabalhos em eventos científicos e tecnológicos nacionais e internacionais.

Para Maria Olívia Simão, com a coordenação da Secretaria Estadual de Ciência, Tecnologia e Inovação (Secti), a ação em cadeia de descentralização da formação de recursos humanos está acontecendo de forma mais rápida. “Os grupos passaram a ficar mais fortes com esse crescimento de doutores. E com a interiorização das instituições de ensino e pesquisa, como a UEA, já temos demanda para a formação de mestres no interior. Posteriormente muitos deles virão para Manaus a procura do doutorado. Se analisarmos a posição geográfica desses municípios, poderemos verificar que eles estão exatamente onde estão essas instituições”, explica.

Outro avanço no setor é a concessão de Bolsas de Iniciação Científica. De 2003 para cá, foram disponibilizadas 9.608 bolsas. Somente em 2012 foram 1.464, quando que há dez anos apenas 260 bolsas tinham sido concedidas. “Nós temos um trabalho de continuidade. Um projeto para que esses resultados pudessem acontecer. Isso foi muito batalhado”, finaliza a titular da Fundação de Amparo à Pesquisa no Amazonas, Maria Olívia Simão.

Título original: Fapeam completa dez anos com recorde na formação de doutores no Amazonas e mais de R$ 346 milhões já investidos

Fonte: Blog do Marcos Santos

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