Número de afogamentos cresce no Amazonas e Bombeiros fazem alerta

Camila Bonfim

O número de mortes por afogamento no Amazonas cresceu no primeiro semestre deste ano em comparação com o mesmo período do ano passado. Nos primeiros seis meses de 2019, foram 57 mortes, de acordo com os dados da Secretaria de Segurança Pública (SSP-AM), cinco a mais que o registrado em 2018.

Até ontem, incluindo as duas primeiras semanas de julho, esse número já passava de 60. Conforme o Corpo de Bombeiros, homens adultos são a maioria e, nessa época de verão, a tendência é aumentar ainda mais os casos de afogamento devido à procura por praias, públicas, particulares e flutuantes para aquele mergulho refrescante.

Lucas Rangel Ribeiro e Gabriel Campos Negreiros, ambos com 18 anos de idade, morreram afogados depois que o caiaque onde eles estavam com mais um colega, que não teve o nome revelado, virou nas águas do lago do Tarumã-Açu, Zona Oeste de Manaus, na área onde está concentrada a maioria dos bares flutuantes da capital.

Conforme informações do Corpo de Bombeiros, o afogamento aconteceu por volta das 12h do último sábado. Os rapazes estavam comemorando o aniversário de um deles em um dos flutuantes, onde alugaram um caiaque com capacidade para três pessoas e saíram.

Não demorou muito e a embarcação virou e os três ocupantes caíram na água. Apenas um sobreviveu. Conforme a assessoria de imprensa, o resgate dos corpos aconteceu por volta das 14h em um local de média profundidade. O Corpo de Bombeiros não soube informar se as vítimas sabiam nadar ou se estavam alcoolizadas.

Bombeiros que atuam na praia da Ponta Negra atribuem como a causa principal das mortes por afogamento a imprudência dos banhistas. “Tem muitos banhistas que ficam bebendo cerveja aqui na praia, depois de embriagados caem na água e muitos acabam se afogando”, disse o cabo José Deva, que é o chefe dos guarda-vidas da praia.

De acordo com ele, o Corpo de Bombeiros tem atenção redobrada na fiscalização para evitar afogamentos. Ao longo da praia, há três postos elevados de observação e a equipe da corporação ainda realiza fiscalização utilizando um quadriciclo e um Jet-ski. Quando um banhista está em área de risco, ele é advertido por meio de um sinal sonoro, e  quando este resiste é acionada a Polícia Militar para que use a força para fazer a retirada.

Na Praia Dourada, no Lago do Tarumã, banhistas são orientados por meio de placas de advertência sobre os cuidados que devem tomar ao sair na água. Jonilson Batista, um dos administradores do restaurante da praia, disse que além das placas há bombeiros guarda-vidas que observam o movimento dos banhistas.

Batista confirma que a maioria vítima de afogamento são os homens que embriagados caem na água e nadam para áreas profundas. “Quando isso acontece, os salva-vidas fazem o resgate”, disse.  Outra ameaça, é a invasão de do espaço banhista por lanchas e Jet-skis. “Quando isso acontece, nós acionamos a Marinha”, disse. 

Recomendações

Para quem vai andar de jet-ski ou caiaque, o uso de coletes salva-vidas é indispensável. De acordo com os bombeiros, são equipamentos que podem garantir a segurança de quem está se divertindo e assim evitar um acidente.

O chefe da comunicação social do Corpo de Bombeiros, sargento Denis Wilson, alerta que, nessa época de verão, os banhistas devem sempre ter o bom senso e conhecimento dos seus limites, além de observar as orientações de segurança do local onde está tomando banho.

Ele orienta a observar também se no local dispõe de guarda-vidas e dispositivos de segurança, como boias, “laife-bel” (flutuador para resgates) e principalmente evitar o uso de bebidas alcoólicas, não realizar brincadeiras que possam comprometer a sua integridade física ou a de terceiros e obedecer às sinalizações do segurança.

O sargento orienta ainda ter atenção dobrada com crianças e idosos. “Às vezes os pais ou responsáveis se distraem e se esquecem das crianças, tempo suficiente para acontecer um acidente”, alertou o sargento Denis.

Fonte: D24am