Professores do AM decidem manter greve e fazem contraproposta ao governo

Camila Bonfim

O Sindicato dos Trabalhadores em Educação do Estado do Amazonas (Sinteam) realizou de “surpresa” uma assembleia geral, na manhã desta terça-feira (14), e rejeitou a contraproposta do governo de 4,73% de reajuste salarial, aumento do auxílio-localidade e reajuste do vale-alimentação. A aprovação da continuação da greve ocorreu em frente à Assembleia Legislativa do Estado (ALE-AM), após a categoria pedir apoio de deputados para intermediar a negociação com o governo.

De acordo com a presidente do Sinteam, Ana Cristina Rodrigues, a categoria está com uma nova proposta, mas, para isso, a mesa de negociação precisa ser reaberta.  Depois de reunir a base em assembleias zonais, o comando de greve elaborou uma proposta a ser encaminhada ao governo. O documento foi entregue aos deputados na ALE-AM na manhã de hoje. O Sinteam iria realizar a assembleia geral hoje, às 16h, no Atlético Rio Negro Clube, no Centro de Manaus.

O adiantamento da assembleia ocorreu após o governador, Wilson Lima, encaminhar para ALE-AM Projeto de Lei com a reposição salarial da data-base dos profissionais da educação, que será de 4,73%, conforme a contraproposta apresentada aos sindicatos da categoria na semana passada.

Na última segunda-feira (13), o governador disse que “precisa que os professores retornem às salas de aula”, pois segundo ele, as propostas oferecidas são “o máximo que o Estado do Amazonas pode chegar”.

O Sinteam iria realizar a assembleia geral hoje, às 16h, no Atlético Rio Negro Clube, no Centro de Manaus.

Confira nova proposta dos professores:

1) Reposição imediata de 4,73%

2) Reposição escalonada de 10,6% referentes às perdas do período de março de 2018 a janeiro de 2019, provados e reconhecidos pelo governo do estado, mediante estudo e futura compatibilidade orçamentária para o ano de 2019;

3) Concessão imediata das progressões horizontais (por tempo de serviço) a 16 mil servidores, com o compromisso de aperfeiçoar o sistema de concessão da progressão e reduzir o tempo de concessão de 4 para 3 anos, de forma automática, assim como aumentar o percentual financeiro de 2% para 5% de cada migração de referência;

4) Concessão imediata das progressões verticais (por titulação) a 1,7 mil servidores nos seguintes percentuais: 12% para especialistas, 50% mestres e 55% doutores;

5) Reajuste imediato do auxílio-localidade nos seguires valores:  R$ 100 para servidores da sede dos municípios e R$ 150 para os que atuam nas zonas rurais dos municípios. O governo também deve estabelecer medidas de recomposição periódica dos valores do auxílio-localidade por datas de performance, mediante compatibilidade financeira;

6) Concessão imediata do vale-transporte para os servidores da educação com carga horária de 40 e 60 horas, por CPF, que exercem suas funções em Manaus;

7) Acréscimo imediato de 30% no valor do auxílio-alimentação, com o compromisso de corrigir distorções existentes entre valor e turno de trabalho exercidos;

8) Revisar o plano de saúde Hapvida com a extensão do atendimento e estrutura médico-hospitalar a todos os municípios do interior do Estado e extensão do plano para os servidores inativos da educação, em que a contrapartida financeira seja dada pela AmazonPrev;

9) Recompor a comissão de estudo do Plano de Cargos, Carreiras e Remunerações da Educação, com a garantia de permanência de representantes da comissão e membros do comando de greve;

10) Desistir da ação judicial que penaliza em multa ao sindicato e aplicação de faltas para os trabalhadores em greve

11) Estabelecer um calendário especial único de reposição das aulas em que todos os servidores da educação realizem a reposição integral dos dias e tempos de aula suspensos durante a vigência da greve. O calendário proposto deve ser aprovado pelo Conselho Estadual de Educação.

Fonte: Acrítica.com