Após apelos de Eduardo Braga sobre calamidade no AM, ministro da Saúde afirma que o Estado é prioridade absoluta

Camila Bonfim

“O Amazonas é prioridade absoluta nas ações de combate à Covid-19”, disse o ministro da Saúde, Nelson Teich, em videoconferência com os senadores, no fim da tarde desta quarta-feira (29). Em seguida, o secretário-executivo da pasta, Eduardo Pazuello, anunciou que decolam nesta quinta-feira (30) para a capital amazonense equipamentos, como respiradores, e pessoal especializado. Ambas manifestações ocorreram logo após o apelo do senador Eduardo Braga (MDB/AM) por providências urgentes para atender a desesperada população amazonense.

Em pouco mais de cinco minutos, o parlamentar defendeu a instituição de um cronograma de ações do ministério no Estado, com ampla divulgação das informações, reiterou a importância do isolamento social como uma das mais eficazes medidas de contenção do avanço da doença e reivindicou o funcionamento imediato dos 610 leitos nas unidades de saúde que atendem os infectados no Estado. Desse número, 120 podem ser transformados em Unidades de Terapia Intensiva (UTIs), disse o senador.

“Cada dia, cada hora e cada minuto são imprescindíveis. Nos 10 dias em que o senhor já está no cargo, ministro, o Amazonas já perdeu dezenas de vidas. Daqui a 10 dias, teremos mais dezenas de vítimas. Portanto, ações urgentes e objetivas precisam ser tomadas”, disse Eduardo, que prosseguiu: “É preciso ter um cronograma de ações e que seja dada a devida transparência a ele. A população de Manaus e do Amazonas está desesperada. Tem gente morrendo em casa porque não consegue atendimento”.

Eduardo pediu, ainda, que fossem viabilizados o mais rápido possível os Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) para os servidores da saúde e da segurança pública. Pelo menos 30% desses efetivos já foram diagnosticados com a enfermidade, revelam os órgãos da área. Além disso, solicitou a instalação de hospitais de campanha nas regiões do Alto Solimões e Alto Rio Negro, onde se concentram o maior número de indígenas do Amazonas. “O Alto Solimões só tem um hospital, que é militar e está com seus sete leitos de UTI ocupados. Se não instalar um hospital de campanha lá e no Alto Rio Negro, gente vai morrer sem atendimento”, declarou.

Segundo o último boletim epidemiológico divulgado pela Fundação de Vigilância em Saúde (FVS-AM), o Amazonas já registra 4.801 casos confirmados e 380 óbitos. Nas últimas 24 horas, foram contabilizadas mais 464 pessoas infectadas. Outro dado que reflete a situação dramática é a estimativa da Prefeitura Municipal de Manaus de 4,2 mil enterros ao longo de maio. A média atual é de 100 sepultamentos por dia. No último domingo, 26 de abril, foram realizados 140 enterros.

Fonte: D24am