Campanha alerta para a importância do uso de camisinha para prevenir infecções

Camila Bonfim

Mais de três mil casos de sífilis foram registrados no Amazonas de janeiro a setembro desse ano. Os dados, da coordenação de Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST/Aids) da Secretaria Estadual de Saúde (Susam), estão relacionados apenas aos jovens na faixa etária de 15 a 29 anos, grupo prioritário que é foco da nova campanha de combate às doenças sexualmente transmissíveis, lançada na semana passada pelo Ministério da Saúde.  
A ação, com voltada a todos os tipos de doenças adquiridas por meio das relações sexuais, visa alertar os jovens sobre a importância do uso do preservativo por meio de campanhas publicitárias mostrando a reação de pessoas ao ver detalhes das doenças e ouvir depoimentos de quem já foi contagiado de alguma forma. 

O alerta especificamente para essa faixa etária, segundo especialistas, acontece em virtude do crescimento dos casos nessa parcela da população. “É uma faixa etária importante e ao mesmo tempo uma que a gente consegue melhores resultados em termos de adesão, porque é muito difícil você mudar hábitos de pessoas já com uma certa idade, é um pouco mais complexo fazer isso. Nessa faixa etária tem mais casos, mas tem potencial de ter melhores resultados”, explicou o infectologista Marcelo Cordeiro, consultor médico do Sabin Medicina Diagnóstica. 
Os riscos são inúmeros e podem ser evitados com o uso do preservativo, o que segundo as pesquisas recentes vem caindo com o passar do tempo, principalmente entre o público jovem. “O preservativo previne várias infecções que são transmitidas através do sexo e quando se tem uma doença sexualmente transmissível se abre portas para que outras infecções ocorram. No caso da sífilis, por exemplo, uma das grandes preocupações é que ela faz você ter complicações no futuro, tanto de ordem neurológica, óssea e pode trazer problemas para o feto. Então quando a gente fala em usar o preservativo é uma medida de prevenção e prevenir é uma ação que a pessoa tem para determinado problema que pode ser evitado”, alertou o especialista. 

Além da sífilis, várias outras doenças serão abordadas na campanha como os herpes genitais, gonorreia, HPV, hepatites virais B e C, cancro mole e clamídia. O HIV e a Aids, que de janeiro a julho desse ano registraram mais de 500 casos em jovens de 15 a 29 anos no Estado, também serão o foco do alerta na campanha. 
Além da importância do uso do preservativo o Ministério da Saúde vai passar informações sobre os principais sintomas das infecções de acordo com cada caso, como, por exemplo, feridas, corrimentos e verrugas anogenitais, bem como orientações de como proceder em caso do aparecimento de algum sintoma.

As infecções

As Infecções Sexualmente Transmissíveis (ISTs) são causadas por mais de 30 vírus e bactérias e são transmitidas, principalmente, por meio do contato sexual sem o uso de camisinha, com uma pessoa que esteja infectada. A transmissão também pode acontecer da mãe para a criança durante a gestação, parto ou a amamentação.  O tratamento é ofertado de forma gratuita nos serviços de saúde do Sistema Único de Saúde (SUS).

Fonte: Acrítica.com